Txai Suruí

Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Txai Suruí
Descrição de chapéu indígenas Governo Lula STF

Acampamento Terra Livre cobra demarcação de terras indígenas

Cerca de 8.000 indígenas de 200 etnias participaram do encontro em Brasília

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O Acampamento Terra Livre (ATL) completa 20 anos. A maior mobilização indígena mundial aconteceu nesta semana, em Brasília, com o tema "Nosso marco é ancestral. Sempre estivemos aqui", em referência à aprovação da Lei do Marco Temporal no Congresso mesmo após decisão do STF sobre a inconstitucionalidade da tese.

Cerca de 8.000 indígenas ocuparam a capital federal para cobrar as demarcações dos territórios indígenas, a garantia de direitos e o fortalecimento do Ministério dos Povos Indígenas, da Funai e da saúde indígena. Estiveram na mobilização mais de 200 etnias indígenas de todo o país, com a participação de povos de recente contato e com a união de lideranças pela vida dos povos indígenas isolados e de recente contato.

Mostrando que os povos do mundo inteiro estão unidos e que a pauta indígena tem cada vez mais importância internacional, participaram do encontro etnias de várias regiões —Colômbia, Peru, Equador, Indonésia e outros.

Indígena no Acampamento Terra Livre - Evaristo Sá/AFP

No primeiro dia do acampamento, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) lançou uma carta direcionada aos três Poderes. O documento cobra urgência nas demarcações diante da emergência indígena e climática que ainda vivemos e o combate à agenda anti-indígena no Congresso Nacional.
O Brasil é um dos países mais letais para defensores de direitos humanos e ambientais, com indígenas sendo as maiores vítimas de assassinatos.

Logo após o lançamento da carta, o ministro Gilmar Mendes proferiu uma decisão que suspende os processos de demarcação das terras indígenas e abre uma busca de conciliação sobre as ações envolvendo a lei 14701, de 2023, conhecida como lei do marco temporal. Os advogados indígenas prontamente apontaram que não cabe negociação dada a inconstitucionalidade da decisão e que o encaminhamento abre possibilidade para retrocessos sobre os direitos territoriais dos povos indígenas.

"Que segurança jurídica é essa que o Gilmar Mendes fala na decisão dele se ele não suspendeu os efeitos da lei? Que segurança jurídica é essa que o Gilmar Mendes fala na decisão dele se Nega Pataxó tombou nesse processo?", disparou a advogada da Coiab Kari Guajajara.

"Dentro dessa lei querem liberar grandes empreendimentos econômicos dentro dos nossos territórios, querem flexibilizar a consulta livre, prévia e informada, que é um direito garantido nosso", analisa o advogado Mauricio Terena, da Apib.

Apesar disso tudo, os coordenadores da Apib fazem uma análise positiva da mobilização e a reafirmação do compromisso do presidente Lula com o povo indígena.

O presidente anunciou a criação de uma força-tarefa para destravar as demarcações.

Como parte da iniciativa Todas, a Folha presenteia mulheres com dois meses de assinatura digital grátis.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.